Defina o que você deseja que entre na fotografia
Foto: Getty Images
Imagine e escolha
Olhe para o mundo identificando o que gostaria de fotografar e pense em como faria isso. Eleja um tema de sua preferência: natureza, pessoas, comida… Então, analise imagens feitas por fotógrafos profissionais para tentar definir o que cada foto tem de especial para você – é o foco, a luz, o enquadramento?
Busque inspirações
Procure na internet (ou em livros e exposições) os fotógrafos clássicos de cada estilo, como Thomaz Farkas (p&b bem contrastada), Sebastião Salgado (retratos em p&b), Henri Cartier-Bresson (pai do fotojornalismo) e Robert Capa (fotografias de guerra). Outros bem inspiradores são Andreas Gursky, fotógrafo de arquitetura e paisagens coloridíssimas, e David La Chapelle, que é famoso por suas imagens delirantes de pessoas famosas.
Compre o equipamento
A escolha aqui depende do estilo que você quer seguir. Se pretende fotografar surfe, vai precisar de uma máquina com bom zoom que seja à prova dágua (como a Sony Cyber Shot DSC-TX10). Quer clicar para web? Então não precisa de uma máquina com muitos megapixels. Já para fazer fotos que serão impressas, a câmera tem que ter no mínimo 12 megapixels. É mais prático começar com uma câmera digital do que com uma analógica. Além de ser mais fácil de usar, a manutenção do equipamento é mais barata, pois não precisa gastar com filme e revelação. O modelo Reflex Digital (encontrado nas marcas Canon, Nikon e Sony) tem boa qualidade e preço – e é considerado semiprofissional. Um iPhone também serve bem para treinar o olhar e algumas técnicas. Lomo e Polaroid são máquinas fotográficas analógicas superestilosas, mas não oferecem muitas possibilidades. Elas só fazem fotos com efeitos de luz estourada e cores saturadas.
Perceba a luz
Observe as variações de luz ao longo do dia. Repare como os objetos refletem ou produzem sombras sob a luz da manhã, ao meio-dia ou ao entardecer. De acordo com a luminosidade, ajuste o ISO (sensibilidade de luz) de sua câmera. Nos dias de sol, um ISO baixo (100) já é suficiente. Já nos ambientes mais escuros, é necessário usar ISO alto (acima de 800) para conseguir uma imagem mais clara. Teste diferentes fontes de luz além do sol – o farol de um carro, a tela da tevê, uma lanterna, a luz da lua… Não tenha medo de ousar. Contrariar as regras e fazer fotos com a luz mais estourada (quando o ISO é alto em lugar claro) ou meia luz (ISO baixo em lugar escuro) pode fazer parte da sua proposta.
Enquadre
Na hora de tirar a foto, defina o que entra ou não na imagem – decida qual é o elemento mais importante e descarte o que for desnecessário. Experimente não deixar a pessoa ou coisa fotografada no centro da imagem, mas em um terço dela; pode ficar bem mais interessante (pesquise sobre a “teoria dos terços”). Também dá para aprender mais sobre enquadramento observando quadros de grandes pintores e cenas de filmes de diretores que você admira. Perceba o ângulo e o recorte escolhido por eles em cada imagem para se inspirar.
Ajuste o foco
Ele define a área mais nítida da imagem e depende da abertura do diafragma – lâminas que regulam a luz que entra na câmera. O diafragma mais aberto serve para focar o primeiro plano e deixar o fundo desfocado. O diafragma mais fechado deixa tudo em foco. Mas nem sempre é preciso ter algo focado na foto. Imagens desfocadas propositalmente são também uma linguagem fotográfica.
Hora de tratar
Leia o manual de sua câmera digital! – Nele você pode aprender como tirar olho vermelho, mudar uma foto colorida para p&b ou sépia e aumentar o contraste das cores.
Aplicativos para iPhone – Vale a pena baixar o Afterlight (R$ 0,99), que tem mais efeitos do que o Instagram e vários frames (recortes); o VSCO Cam (grátis), que possui efeitos vintage e de câmera analógica; e o Photoshop (grátis), que corrige luz, foco e enquadramento.
Photoshop – Dá para aprender a usar sozinha. Um bom recurso é o Liquify (que fica no menu Filter), usado para tirar celulite e ajustar a silhueta. Para espinhas, cicatrizes e manchas, use o Spot Healing Brush Tool (no menu principal). E para ajustar a cor e a luz da foto explore o Levels (pelo atalho Ctrl+L). Só não vá exagerar, hein?
Fontes: Carlos Frucci, professor de Fotografia da Universidade Anhembi Morumbi; Hugo Fortes, professor de Artes e Design da USP; Érico Hiller, fotógrafo da revista National Geografic; e Lila Souza, especialista em fotografia