A história de superação de Tamires, única jogadora da Seleção que é mãe
Tamires precisou interromper a carreira duas vezes para se dedicar à família. Hoje, ela joga na Dinamarca e é titular da Seleção Brasileira.
Tamires Cássia Dias de Britto, atualmente jogadora do Fortuna Hjorring, da Dinamarca, é titular na lateral esquerda da Seleção Brasileira na Copa do Mundo Feminina 2019 . Aos 31 anos, ela também mamãe do garoto Bernardo, de 10 anos.
A jogadora, única mãe da equipe brasileira, tem o desafio, como muitas outras mulheres de diferentes profissões, de conciliar a maternidade e a carreira. Nesse caminho, precisou dar duas pausas no seu sonho de jogar bola profissionalmente.
A mineira começou a carreira no futsal. O primeiro clube em que jogou profissionalmente foi o Juventus, de São Paulo, onde conheceu o marido, César de Britto, também jogador de futebol. Aos 21 anos, com sua carreira em crescimento, descobriu a gravidez. No início foi difícil, mas com o apoio da família e dos parentes do marido, tudo foi se encaixando.
Depois do nascimento do garoto, em 2009, e um período para se dedicar exclusivamente à família, em 2010, Tamires aceitou um convite para compor o elenco da recém criada equipe feminina do Atlético Mineiro. Mas, como o marido também estava jogando em um time e trabalhava um pouco longe de onde moravam, mais uma vez, a jogadora interrompeu a carreira e ficou cuidando do filho.
Mas o sonho não acabou: Tamires foi convocada, pela primeira vez, para representar a Seleção Brasileira em 2013. Desde então, seu nome continuou nas listas das convocações. Em 2015, recebeu a medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de 2015.
No retorno do título, a atleta recebeu uma proposta do Fortuna Hjørring, clube da Dinamarca, e tudo foi diferente dessa vez: o marido decidiu largar o futebol e acompanha-lá.
Então, a família foi para o novo país e eles deram um jeitinho. “Hoje, muitas mulheres trabalham fora de casa. Comigo não é diferente. A grande questão é a profissão, porque não é muito comum ver uma jogadora de futebol mãe. Eu consigo conciliar bem, geralmente vou para a academia quando ele está na escola, e no treino da tarde, ele fica com o César ou vai para o treino e fica me assistindo”, disse a jogadora em entrevista para o site da CBF.
Hoje, com 10 anos, Bernardo é um grande fã da mãe, que encontra nele um dos seus maiores incentivos. “Nada é mais compensador para uma mãe do que estar perto do seu filho. Mas Deus me deu o dom de jogar futebol e, hoje, está me dando a oportunidade de servir o meu país. Eu procuro sempre fazer o meu melhor dentro de campo não só para poder ajudar minha equipe, mas também fazer valer a pena ficar longe dele”, conta a jogadora .
Com muita determinação, a jogadora está na França para defender nosso país e é considerada uma das principais apostas da seleção brasileira para a Copa do Mundo de Futebol Feminino 2019. Mãe e craque de futebol, sim!