Brincadeira de criança é normal e até saudável. O problema é quando ela passa do limite e vira um problema sério: o bullying (a pronúncia é búlin). “O bullying é um comportamento agressivo e repetitivo. Nele, uma criança sempre será o dominador e a outra, a dominada”, explica a psicóloga Andreia Calçada.
O bullying ocorre por vários fatores mas, na maioria dos casos, o que predomina é o ambiente familiar: se uma criança vive num clima de desrespeito, ela pode passar de vítima (em casa) a agressora (na escola) e oprimir os colegas. Isso pode resultar em depressão e dificuldade para relacionar-se. Veja como proteger e ajudar seu filho a superar essa difícil situação.
1º Passo
Decubra o problema
A conversa é a base de tudo. Questione seu filho, sem usar tom de cobrança. No livro Proteja seu Filho do Bullying (ed. Best Seller), o autor Allan L. Beane dá dicas das perguntas certas a fazer:
– Quem estava envolvido?
– Quem foi o agressor?
– O que disseram exatamente para você?
– Quando aconteceu?
– Onde você estava?
– Tinha algum adulto por perto?
– Como você reagiu?
– Há quanto tempo isso acontece?
2º Passo
Peça ajuda à escola
A maioria dos casos de bullying ocorre dentro da escola. Pense em você e na instituição como uma equipe. Entre sempre em contato para ver como andam as coisas por lá:
– Explique o que seu filho está vivendo.
– Conte quem está fazendo isso com ele.
– Peça para que a atenção com aquela turma seja maior.
3º Passo
Preserve a criança
Tem mãe que incentiva a briga, outras dizem para ignorar. Mas o ideal é a criança se preservar. “A vítima deve ser inteligente e se defender de um jeito que o agressor não perceba que está conseguindo atingi-la”, ensina Andreia. Ou seja, a criança não deve retrucar e chorar para não mostrar fraqueza, e sim, superioridade.
4º Passo
Quando a situação sai do seu controle, o que fazer?
Desesperar-se não vai solucionar o problema. Se a escola não resolveu, se seu filho não conseguiu se defender da humilhação e você não sabe o que fazer, mantenha o autocontrole.
– Mude!
Matricule-o em outra escola se essa não estiver dando certo. Em outra instituição, ele pode encontrar amigos com mais afinidades.
– Troque o foco
Faça-o se entrosar com outras crianças, colocando-o em aulas de que ele goste, como natação, futebol, cursos de inglês ou outros.
– Elogie-o
Assim, você demonstra que seu filho é importante. A autoestima dele vai subir de novo.
Meu filho só observa, e agora?
“Isso acontece porque o adolescente (ou a criança) tem necessidade de se sentir inserido em algum grupo social. Ele não vai querer perder os amigos e ficar por fora, então acaba ‘observando’ tudo o que acontece e não faz nada para evitar, mesmo que discorde”, afirma Andreia.
Encoraje seu filho a procurar a ajuda da escola e a defender os colegas, sem medo. Impor-se é a melhor opção. Pergunte o que ele prefere: ficar sozinho, fora da panelinha dos alunos agressores, ou ser maria vai com as outras?
Características de um agressor
– Arrogância.
– Não sente culpa quando faz algo de errado.
– Acha que está sempre certo.
– Perde o controle com muita rapidez.
– Recorre à força por qualquer motivo.
– Preocupação extrema com a aparência e a imagem.
– Quer estar no controle em todas as situações.
Características de uma vítima
– Nunca quer ir à escola.
– Vai ou volta da escola sempre chorando.
– O rendimento escolar cai sem motivo aparente.
– Sempre perde a hora e não quer se levantar.
– Quando está em casa, dorme o tempo todo.
– Apresenta sintomas de depressão.
– Alteração estranha de comportamento.