Junho é o mês do Orgulho LGBT por causa de fatos que ocorreram no dia 28 de junho de 1969. As revoltas de Stonewall aceleraram a conquista de direitos por parte da comunidade LGBT no mundo todo, e por isso a data, tão importante, é também o Dia Internacional do Orgulho LGBT.
A cada ano caminhamos mais e mais rumo à igualdade de direitos para todas as pessoas, seja qual for a orientação sexual de cada um. É um alento pensar que, para as crianças de hoje, imaginar um tempo em que o casamento entre pessoas do mesmo sexo era proibido será um completo absurdo. E são coisas assim que nos fazem perceber os avanços, que devem ser celebrados.
Mas, por outro lado, ainda vivemos em um mundo em que há muito a ser conquistado. O Brasil, por exemplo, detém o lamentável recorde mundial de país que mais mata transexuais e travestis. A homofobia e a transfobia não são crimes por aqui – mesmo com o dado assustador de que a cada 27 horas um brasileiro é morto por ser LGBT.
Para além do Brasil, existem países ainda mais retrógrados: em pleno 2017, a Parada LGBT de Istambul, na Turquia, foi reprimida com bombas e balas de borracha. Vale lembrar que a Turquia é, como o Brasil, um país oficialmente laico, e, por isso, a religião não deveria influenciar nas manifestações políticas e sociais dos cidadãos. Mas, na prática, a religião tem muita influência sim, por lá e por aqui.
A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, em 2017, teve como tema a defesa do estado laico, ou seja, que os indivíduos tenham total liberdade religiosa e de culto, mas que nenhuma religião interfira nas decisões governamentais.
A marcha, que aconteceu em 18 de junho, reuniu milhões de pessoas em uma Avenida Paulista ensolarada e colorida como um arco-íris. Com a presença de estrelas como Anitta, Daniela Mercury, Pabllo Vittar, Leandra Leal, as estrelas do filme “Divinas Divas” e Fernanda Lima, a Parada de 2017 foi uma das maiores de todos os tempos.
No exterior, destacaram-se as Paradas LGBT de Nova York, São Francisco, Los Angeles e Toronto – onde Justin Trudeau, Primeiro Ministro do Canadá desfilou com a família e mostrou como os líderes políticos deveriam se posicionar quando a luta é por uma causa tão nobre.
Para quem preferiu ficar em casa e se manifestar do sofá, houve opções também: desde pegar o controle remoto e assistir a um dos filmes com temática LGBT disponíveis na Netflix até aplaudir a força das celebridades que se assumem LGBT para o mundo, tudo valia. Marcas como Skol e Doritos lançaram edições especiais de seus produtos, com renda revertida para a Casa 1, que acolhe pessoas LGBT expulsas de casa. Muito bonito! O Facebook disponibilizou um filtro para colocar um arco-íris na foto do perfil e a reação de Orgulho, com a bandeirinha do arco-íris.
O arco-íris, aliás, foi onipresente em junho de 2017. O Google publicou um Doodle em homenagem a Gilbert Baker, criador da bandeira do arco-íris original, que morreu em março deste ano. As cores invadiram as ruas, os sites, as roupas, e foram celebradas com o orgulho que os LGBT devem ter de ser exatamente como são. E é assim que nos despedimos de junho, mês do Orgulho LGBT, relembrando os melhores momentos dos últimos dias e seguindo na luta por dias ainda melhores.
(E se depois disso tudo você se questiona por que não existe uma parada do orgulho hétero, bem, clique no link que a gente tem a resposta.)