Quinze minutos por dia para se divertir com os filhos já fazem diferença
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Brincar com os filhos fortalece o vínculo afetivo e rende deliciosos momentos de cumplicidade. O difícil é vencer o cansaço e a correria do dia a dia para garantir esse convívio. Pais que não brincam com os filhos perdem uma intimidade valiosa. “Tudo o que se passa com a criança transparece nas suas brincadeiras. É uma linguagem espontânea, à qual os pais devem ficar atentos”, explica a psicóloga Vera Barros de Oliveira.
Mas vá com calma nas interpretações, pois as brincadeiras nem sempre refletem exatamente as vivências e os sentimentos da criança. O fato de sua filha pôr as bonecas em uma sala de aula e bancar a professora durona pode sinalizar tanto um sentimento de opressão na escola quanto a admiração pela figura poderosa da professora real. Já a falta de fantasia e iniciativa é um recado claro: a criança precisa aprender a brincar – e o incentivo dos pais é valioso.
Driblar a famosa falta de tempo pode ser mais fácil do que você imagina. “Quinze minutos por dia para se divertir com os filhos já fazem diferença”, acredita a porfessora Maria Ângela Barbato. “O importante é que sejam momentos de entrega e dedicação exclusiva. Não adianta só fazer companhia enquanto assiste TV ou termina de ler um relatório. Também é fácil se divertir de modo espontâneo quando se consegue transformar em folia algumas situações do dia a dia, como o banho do bebê. Os maiores amam uma bagunça na cozinha enquanto ajudam a preparar uma receita, e o trajeto até a escola pode ganhar o tempero de adivinhas, jogos de palavras e cantorias.
Confira o que recomendam os especialistas para estimular a criançada a brincar mais e melhor.
Até 1 ano
É pelos sentidos que seu pequeno descobre o mundo e o próprio corpo. Brinque de fazer cócegas e caretas, cante com vozes diferentes, dance com ele no colo e dedilhe sobre o corpo dele simulando diferentes animais. O truque de esconder o rosto com uma fraldinha é sucesso garantido desde sempre. Até os 9 meses, seu filho estará sentando sem apoio e logo vai engatinhar, rolar, se arrastar… Prepare um cantinho seguro e confortável, no qual ele possa brincar sem riscos, e espalhe alguns brinquedos. Sente junto e divirta-se. Só não caia na tentação de facilitar demais o acesso a um brinquedo que esteja fora do alcance dele.
De 1 a 5 anos
No início desse período, muitos já andam e ensaiam as primeiras palavras. É hora de criar coreografias ao som de músicas infantis, mas deixando aos pequenos o prazer de “ensinar” a dança. O esconde-esconde e o pega-pega podem entrar em cena e oferecem oportunidade de alternar com as crianças o papel de “pegador”. Elas adoram ainda encher baldinhos de areia e fazer bolotas de barro e de massinha. Imitar os movimentos e sons de bichos diverte quem começou a falar e logo entrará numa fase de muita fantasia – o que acontece perto dos 4 anos. É o momento de encenar histórias com fantoches e bonecos. Deixe seu filho ser roteirista, diretor e protagonista.
A partir dos 6 anos
A criança já entende regras e se interessa por jogos de estratégia. É uma boa oportunidade para propor competições de bola em família. Os jogos de tabuleiro também entram em cena. Comece pelos mais simples, como ludo, e aos poucos introduza damas, xadrez etc. Como a necessidade de atividade física é grande, estimule brincadeiras ao ar livre. Em uma programação diversificada, games também têm lugar. Prefira os que envolvem enigmas, desafios e estratégias, em vez de um simples aponta-e-atira.