Em Porto Alegre, uma garota de 19 anos foi agredida com socos e teve a pele marcada com um símbolo que remete a uma suástica na segunda-feira (8). Segundo noticiou a Rádio Guaíba, ela usava uma camiseta do movimento #EleNão. Tais informações constam no boletim de ocorrência feito pela vítima.
Ela declarou que três homens cometeram a agressão e que o símbolo nazista foi riscado em sua pele com um canivete. De acordo com a jovem, antes de ser golpeada com socos, ela foi questionada sobre o motivo pelo qual estava usando a camiseta. Com medo de sofrer novos ataques, a vítima não quis divulgar seu nome.
Essa está longe de ser a primeira manifestação de ódio cometida em nome de Jair Bolsonaro, candidato à presidência pelo PSL. No domingo, o capoeirista Mestre Moa do Katendê foi morto a facadas ao se manifestar contra o político. O assassino assumiu a autoria do crime e declarou apoio a Bolsonaro.
“Quem levou a facada fui eu, pô. O cara lá que tem uma camisa minha e comete um excesso, o que é que eu tenho a ver com isso?”, declarou o candidato ao ser questionado por jornalistas sobre seu posicionamento frente ao crime. Sempre inflamado em seu discurso contra bandidos, Bolsonaro tratou esse assassinato como “um excesso”.
Apesar de ter declarado recentemente que nunca pregou o ódio, multiplicam-se pelo Brasil as manifestações violentas cometidas por seguidores declarados de Bolsonaro. O nome dele está sendo usado até em cânticos homofóbicos de torcidas de futebol.
Torcedores de ao menos dois times – Atlético Mineiro e do Palmeiras – já fizeram uso do jargão “Bolsonaro vai matar viado”, a fim de intimidar seus rivais. Ambos os clubes já declararam que repudiam esse tipo de atitude.
https://twitter.com/sapianas/status/1047818661954838529
E as intimidações movidas pelo ódio não estão aparecendo apenas em forma de barulho. No Rio de Janeiro, o banheiro feminino do Colégio Franco Brasileiro foi pichado com a frase “sapatas vão morrer”.
Casos como os citados acima não são isolados e estão sendo reportados à exaustão nas redes sociais. Através do Twitter, um usuário identificado como JW está realizando uma compilação dos atos de violência e intimidação cometidos em nome do candidato de Bolsonaro. Até esta quarta-feira (10), já foram listados 24 atos, todos noticiados.
Algo semelhante está sendo feito no Instagram, pelo perfil @elenaovainosmatar. Nele é possível ver relatos de quem está sendo agredido verbal e fisicamente.
https://www.instagram.com/p/BouZkNwlKoi/?taken-by=elenaovainosmatar
A onda de ódio e de normalização da violência é tamanha que, literalmente, já virou entretenimento entre os seguidores do presidenciável. No jogo virtual “Bolsomito 2k18”, Jair Bolsonaro tem a missão de dar socos e pontapés em gays, negros, feministas e membros do MST. O objetivo é matar esses inimigos para que eles virem cocô.
Lançado no última sexta-feira (5), o game figura na lista dos quinze mais vendidos do Steam, uma plataforma especializada em jogos online.