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Lisboa: um guia para 3 a 5 dias

Em Lisboa, há novidades gastronômicas, de hotelaria e de passeios turísticos. Veja o que merece ser visitado

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 fev 2018, 13h33 - Publicado em 31 jan 2018, 17h39
A plataforma de vidro do Pilar 7 (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

Do alto do 26º andar, vê-se uma Lisboa renovada, vibrante. A vista aérea da capital portuguesa é privilégio dos que não têm medo de altura e encaram subir de elevador até o topo da estrutura metálica com chão de vidro, construída ao lado da Ponte 25 de Abril. O mirante Pilar 7 foi inaugurado em setembro, quando a ligação entre Lisboa e Almada completou 51 anos, e guarda o melhor pôr do sol da cidade – ainda é pouco frequentado por grandes grupos e permite observar os raios alaranjados espelhados no rio Tejo ou colorindo as construções do centro histórico. 

Ponte 25 de abril: todo o trecho à beira do Rio Tejo foi revitalizado (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

A obra faz parte do projeto de revitalização pelo qual a capital vem passando nos últimos cinco anos, na tentativa de aumentar o turismo e aquecer a economia depois de superar uma crise econômica. Surtiu efeito. Ruas bem pavimentadas, transporte público com rotas expandidas, monumentos e pontos tradicionais restaurados. Por tudo isso e mais a receptividade dos portugueses, Lisboa foi premiada como a cidade do ano pela revista inglesa Wallpaper. Enquanto isso, Portugal levou o prêmio de melhor destino turístico do ano pelo World Travel Awards. Os brasileiros notaram o despontar lusitano. Tanto é que aumentou em 60% o número de visitantes ao país no primeiro semestre deste ano, segundo o Instituto Nacional de Estatística português. E passamos a gastar bem mais por lá. De 2015 para 2016, o gasto médio diário subiu de 151 para 196 euros, de acordo com o Turismo de Lisboa, órgão privado responsável pela área de divulgação da cidade.

Fachada do MAAT: vale ir de bicicleta ou de transporte público (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

Dá para dizer que Lisboa alcançou o status perseguido por tantas capitais europeias, o de ser uma cidade viva, que não se prende ao passado, mas sabe conservá-lo. Assim, em meio aos prédios de arquitetura clássica coloridos e alegres, surgiram construções high-tech, como o próprio Pilar 7, o novo terminal de cruzeiros de Santa Apolônia – que expandiu sua capacidade de desembarque de 500 mil para 800 mil pessoas por ano em obra minimalista de João Luís Carrilho da Graça – ou o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, o MAAT. Projetado pela britânica Amanda Levete e inaugurado em novembro, o centro cultural ergue-se imponente à beira do Tejo e conecta-se à antiga central elétrica de Lisboa, também transformada em museu. A sinuosidade do edifício é ainda mais surpreendente de perto, quando se torna possível distinguir os detalhes das placas de azulejaria branca que revestem a fachada. Acessado por uma rampa externa, o rooftop é perfeito para tomar sol e descansar entre pedaladas na ciclofaixa de sete quilômetros que percorre a margem. As exposições reúnem trabalhos multimídia do mundo inteiro que estimulam os sentidos e provocam reflexões políticas e sociais.

Vista do mirante Santa Luzia: perto da casa das celebridades internacionais que se mudaram para Lisboa (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

Prato cheio

Torre de Belém: um clássico que vale a pena (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

De um lado do MAAT fica a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerônimos; do outro, o SUD Lisboa, que promete também aguçar os sentidos, principalmente o paladar. Aberto há pouco mais de seis meses, a mistura de bar, restaurante e balada, é toda de vidro, com lindíssima vista para ser apreciada junto aos pratos com inspiração italiana do chef Carlo Di Nunzio. Destaque para os peixes e frutos do mar, servidos em porções fartas, como é costume em Lisboa. 

Mosteiro dos Jerônimos: bela arquitetura e espiritualidade (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

Para quem busca algo mais tradicional (mas sem perder o ar de inovação), a pedida é ir até o bairro Ajuda e procurar o À Justa. O pequeno restaurante, com capacidade para 40 pessoas, é a mais nova empreitada de Justa Nobre, chef com quase 30 anos de carreira em gastronomia portuguesa. Da cozinha, que abriga funcionários brasileiros, sai a sopa de santola, um crustáceo gigante, carro-chefe de Justa.

Prato de peixe do SUD Lisboa: é preciso fazer reservas (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

Conhecido dos brasileiros, o chef Vítor Sobral, que tem três endereços em São Paulo e um em João Pessoa, deve abrir nos próximos meses uma versão lisboeta da Padaria da Esquina, que funciona na zona oeste paulistana há um ano. Será um belo concorrente aos tradicionais pasteis de nata de Belém, cujo único ponto negativo é a filha demorada na porta da loja que se forma todos os dias pela manhã por turistas querendo provar a receita resgatada dos monges. 

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Amêijoas: um clássico da gastronomia portuguesa que experimentamos no Pap’Açôrda (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

Caso a ideia seja recorrer a uma sobremesa rápida ou provar diversos pratos da culinária, o Mercado da Ribeira deve ser incluído no trajeto. Trata-se de um antigo galpão onde se vendia peixes. Em 2014, ele foi totalmente reformado e os diversos quiosques garantem variedade sem a pompa dos restaurantes, mas com todo o sabor.

Nada de velho

Claro que ainda vale pegar o bonde e passear pelas ruas de paralelepípedo ou parar no café A Brasileira, onde Fernando Pessoa costumava passar suas tardes escrevendo. O conhecido Arco da Rua Augusta, ponto de entrada para a Praça do Comércio, tem um miradouro no topo com entrada de apenas 2,5 euros. A maioria dos turistas passa reto pela portinha de entrada, porém vale procurar com cuidado, afinal, lá de cima, a vista se estende até o Castelo de São Jorge, num extremo da cidade, passando pela Sé, a catedral. 

Mirante Belvedere: a vista do mirante do alto do Arco da Augusta (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

À noite, o ponto da boemia concentra-se próximo à Rua Cor-de-Rosa, na região de Cais do Sodré. Bem antigamente, o lugar se resumia prostíbulos e atraía marinheiros. Com a evolução da cidade, sobraram só os bares e o clima noturno de festa. Um dos mais falados ainda mantém os ares de cabaré, o Pensão Amor. Com decoração kitsch, só começa a juntar gente depois da uma da manhã. Quem não quer dançar pode arriscar a leitura do futuro nas palmas das mãos, feita numa salinha isolada por cortina de miçangas. Vale, entretanto, explorar os outros endereços ali por perto, já que nos últimos anos ocorreu um boom de bares e as chamadas petiscarias. Como é de se imaginar, nesses locais, os cardápios (ou ementas, em português local) servem petiscos, porções pequenas de comidas de boteco, como o pica-pau (um picadinho que pode ser de carne de boi, de porco ou de frango), bolinhos de alheira (linguiça) e salada de polvo. Os drinks e o vinho têm mais espaço do que as cervejas, mas é preciso segurar a empolgação quando começam os shows de fado – silêncio absoluto é exigido e toma bronca quem não respeita o pedido. É nessa cena que jovens cantores mantém vivo o ritmo português, há seis anos transformado em Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.

Rua Cor-de-Rosa: o ponto da boemia à noite (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

Na linha do Tejo estão as casas noturnas, com batidas eletrônicas pesadas, que vão noite adentro. Numa das mais antigas, a Lux, toca Yen, considerada a melhor DJ de Lisboa. Neta de chineses e africanos, a lisboeta tem 20 anos de carreira e chega a se apresentar para cinco mil pessoas às sextas-feiras. 

Praça do Município (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

Conforto e arte

Com uma cidade tão atraente do lado de fora, hotéis precisaram se esforçar para oferecer aos turistas cenários lúdicos para além do aconchegante. Assim surgiram endereços com o conceito butique, ou seja, poucos apartamentos, todos bem-decorados e cheios de personalidade, muitas obras de arte e serviço de concierge, que programa passeios turísticos e de compras. O Valverde, na Avenida da Liberdade (descrita pelos guias como a Champs-Elysées ou a Quinta Avenida de Lisboa), tem uma suíte com 55 metros quadrados e enorme janela com vista para os casarões antigos. No restaurante térreo, serve menu autoral e gim-tônica abundante em taças enormes. 

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Bar do Hotel 1908: obras de Bordallo II (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

Já no Hotel 1908, aberto em fevereiro passado, o lobby e o bar são decorados com instalações do artista plástico português Bordallo II, que usou madeira de demolição para fazer um besouro e uma libélula. As peças entram em choque com a arquitetura clássica do prédio, construído em 1908 e premiado na época. O melhor de ambos é que, apesar de tantos detalhes, possuem preço acessível para o viajante médio, como a maioria das coisas em Lisboa. 

Os clássicos passeios de bonde valem o ingresso. O mais famoso é o 28 (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

A exceção vale para a tal Avenida da Liberdade, que enfileira grifes como Gucci e Louis Vuitton. Para quem gosta de lugares alternativos e marcas locais, a dica é recorrer à Embaixada. Só o palacete em que a galeria se situa já vale a visita. Andando pelas salas, é possível encontrar artesanato, peças únicas e itens de casa e beleza. A alguns quilômetros dali, em Alcântara, fica a LX Factory, com conceito semelhante, mas preços mais baixos. O projeto começou há dez anos no galpão em estilo industrial, mas agora é que caiu no gosto dos hipsters, daqueles em busca do que é tendência. As mais de 200 lojinhas, lanchonetes e uma linda livraria, a Ler Devagar, ficam abertas até meia-noite, para curtir sem hora.

Arco da Rua Augusta: trecho com lojas e lanchonetes (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

Se antigamente Lisboa era considerada antiquada, ou apenas uma porta de entrada para outros países europeus, hoje não tem como negar o ar jovem e cosmopolita que invade as ruas. Com roteiros recheados e inéditos para jovens, adultos e crianças, antiquado vai ser não conhecer esse outro lado da terrinha.

 

 

Agradecimentos ao Turismo de Lisboa

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