O isolamento social afetou completamente nossa forma de se relacionar com as pessoas. A quarentena fez com que inúmeros relacionamentos amorosos ruíssem enquanto outros se intensificaram. E alguns solteiros viveram uma verdadeira “carentena”, colocando em evidência a importância, para muitas pessoas, de encontrar um par para a vida, incluindo também as amizades e relação com a família. A falta de contato fez com que nós repensássemos a nossa forma de se relacionar.
A nova edição do livro Maneiras de amar (Sextante), publicado pelo médico Amir Levine e pela psicóloga Rachel Heller, que são estadunidense, aborda essa questão. Por meio de estudos, os autores mostram como os adultos apresentam padrões de apego semelhantes aos existentes entre pais e filhos.
Amir Levine conta que a criação do livro foi um processo “desafiador e intenso”. “O assunto me fascinou e eu sabia que havia tropeçado em algo realmente importante. Eu não conseguia acreditar que os estilos de apego nunca foram usados no trabalho clínico por psicólogos e terapeutas, nem foram usados por pessoas normais em suas vidas. Achei tão útil em minha própria vida que senti que deveria contar a todos sobre isso”, explica o autor em entrevista exclusiva a CLAUDIA.
O livro estuda profundamente os relacionamentos humanos e como as pessoas podem usar os estilos de apego no dia a dia. “Ele dá aos leitores uma nova estrutura para compreender os relacionamentos e, como resultado, também conselhos práticos e imediatos sobre como fazer os relacionamentos funcionarem melhor em suas vidas”, afirma o autor.
A teoria apresentada no livro afirma que “formar laços de apego é uma necessidade básica, assim como comida e água”. As relações são essenciais e, para o autor, nem sempre entendemos o significado disso. “Realmente temos que entender que é uma necessidade básica e não podemos viver sem”, afirma Amir.
As relações, porém, ocorrem de diversas maneiras. Em seu ciclo de amizade, por exemplo, é possível perceber que cada pessoa tem uma maneira diferente de demonstrar afeto. E é normal, cada um tem um jeito de se relacionar e existem diversas formas de se apegar.
Para se entender melhor, os autores categorizam os estilos de apego em seguro, ansioso e evitativo. Segundo Amir, esses estilos alteram a forma com que você demonstra afeto em suas relações.
“Basicamente, as pessoas seguras sentem-se à vontade com a intimidade e são, em geral, carinhosas e amorosas. Os ansiosos desejam intimidade, costumam se preocupar com os relacionamentos e tendem a ter dúvidas quanto à capacidade de seus parceiros em corresponder a seu amor. Os evitativos entendem a intimidade como uma perda de independência e tentam constantemente minimizar a proximidade”, explica o médico.
Confira como cada tipo de apego se comporta na prática, segundo a obra:
Seguro: “Se você demonstrar afeto de uma forma consistente a partir da proximidade, sem ter medo de que seu parceiro não te ame ou precisando de distância depois que você demonstrou afeto – essa é uma maneira mais segura”.
Ansioso: “Se você demonstrar afeto como uma forma de testar o amor do seu parceiro, isso pode ser uma forma de estratégia de ativação que alguém com um estilo de apego ansioso faria”.
Evitativo: “Se você demonstrar afeto, mas depois ignorar o texto da outra pessoa porque já estava perto e agora parece demais, e você precisa de algum espaço – isso é algo que uma pessoa com um estilo de apego evitante faria”.
Para te ajudar a entender qual é seu estilo de apego, os escritores desenvolveram um teste. Faça abaixo e descubra o resultado!