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No campo, na praia ou no parque: os benefícios do contato com a natureza

Árvores, areia e mar diminuem o estresse, melhoram a memória, ajudam na cura da depressão e prolongam a vida das mulheres.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 16 jan 2020, 07h02 - Publicado em 13 out 2018, 09h00
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  • Morar em grandes cidades pode ser bom por causa do mercado de trabalho mais amplo, do acesso a todo tipo de serviço e produto e da abundância de opções para a vida social, mas o contato com a natureza, em algum momento, acaba fazendo falta para o bem-estar. Estudos acadêmicos provam que passar um tempo no campo, na praia ou mesmo no parque perto de casa é um dos melhores combustíveis tanto para a saúde mental quanto para a física.

    Reunimos as evidências de alguns destes estudos. Quando será sua próxima “fuga” da correria e da poluição? 😉

    “Banho de floresta” reduz o estresse

    Um estudo da Universidade de Chiba, no Japão, colocou à prova o conceito de “banho de floresta” (Shinrin-yoku, em japonês), que nada mais é do que passar algum tempo por semana perto de árvores para relaxar. Em 24 diferentes pontos do país, 280 voluntários (12 por localidade) passaram um dia inteiro no meio da poluição e do transporte público, descansaram no dia seguinte e foram enviados a um parque ou floresta no terceiro dia do experimento.

    Tanto no dia de descanso pós-cidade quanto no dia seguinte ao banho de floresta, todos tiveram o cortisol (hormônio gerado pelo estresse), a pressão arterial, a pulsação e o ritmo cardíaco medidos.

    Resultados: depois do banho de floresta, os níveis de cortisol e a pressão arterial estavam mais baixos e a atividade do sistema nervoso parassimpático (que diminui a adrenalina e o açúcar no sangue), mais acentuada em todos os voluntários quando comparados ao day after do dia na cidade.

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    A intenção do estudo é convencer as empresas japonesas a incentivarem seus funcionários a adotar o Shinrin-yoku como uma estratégia de medicina preventiva.

    Contato com a natureza prolonga a vida das mulheres

    A taxa de mortalidade não-acidental das mulheres que vivem em áreas verdes/na praia ou frequentam áreas verdes/praia pelo menos 6 horas por semana é 12% menor do que a das que vivem em grandes centros e não têm contato frequente com a natureza. Esta é a conclusão de um estudo realizado com 108 mil mulheres pelo Bigham and Women’s Hospital (do Boston Hospital & Medical Center) em conjunto com a Universidade de Harvard.

    A natureza melhora a memória

    Um teste de memória, dois grupos de estudantes com 30 pessoas de ambos os sexos em cada, uma ida ao centro da cidade para um grupo e uma ida à floresta para o outro. Este foi o estudo feito pela Universidade de Michigan para verificar se o ambiente interfere na capacidade de reter informações.

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    Funcionou assim: todos os 60 estudantes realizaram um testa de memória. Em seguida, foram levados aos locais mencionados acima por uma hora. Na volta, refizeram os testes. Quem esteve na floresta conseguiu resultados em média 20% melhores no teste, enquanto quem foi para o centro da cidade não apresentou nenhuma alteração nos resultados.

    A análise dos pesquisadores foi que os ambientes urbanos “sugam” nossa concentração por causa do excesso de estímulos (carros, luzes, pessoas) e os naturais relaxam os neurotransmissores, diminuindo o estresse e turbinando a memória.

    Buscar a natureza ajuda na cura da depressão

    Na Austrália, sete professores da Universidade de Queensland estudaram 1538 moradores de Brisbane, com idades entre 18 e 70 anos, para entender a relação entre a natureza e a saúde mental.

    Os números são impressionantes: a cada 30 minutos semanais de contato com a natureza, seja na praia, no campo ou em parques, os tratamentos de pessoas em luta contra a depressão apresentaram resultados 7% melhores do que aqueles de quem só fica no ambiente urbano. Isso significa que quem conseguiu ficar três horas e meia por semana em contato com a natureza, por exemplo, teve um benefício de quase 50% no tratamento contra a depressão em comparação com quem ficou só na cidade no mesmo período.

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