É muito comum conhecer alguém ou possuir um familiar que precisou abrir mão da carreira para se dedicar aos cuidados de idosos ou filhos – principalmente se essas pessoas possuem uma enfermidade ou uma necessidade especial. A questão é que muitas vezes não é uma simples escolha por parte dos cuidadores, mas sim, uma necessidade daqueles que estão carecidos desta atenção especial. Não nos choca saber que, em 75% dessas situações, quem assume essa função são as mulheres, um dos fatores que agravam ainda mais a desigualdade de gênero e a reinserção delas no mercado de trabalho. Mas um projeto de lei inovador pode começar a mudar essa realidade, uma pena que apenas para as americanas.
A lei proposta nos Estados Unidos seria destinada a oferecer um crédito de previdência social às pessoas que abandonaram suas funções no mercado trabalhista devido a essas circunstâncias, para atenderem crianças, idosos, pessoas com necessidades especiais ou enfermidades. Proposto pelo senador Chris Murphy, o projeto foi idealizado em prol de reduzir as perdas – principalmente financeiras – dessas “mães de família” que bravamente tomaram essa decisão num ato de solidariedade extrema com os seus semelhantes.
É importante ressaltar que os Estados Unidos ainda estão a um passo atrás do Brasil, no quesito dos direitos trabalhistas femininos. As americanas não têm direito a licença-maternidade, isto é, elas até podem se ausentar do ambiente de trabalho por 12 semanas, mas não serão remuneradas por isso, o que além de prejudicar o orçamento familiar, corrobora para o crescimento da diferença salarial entre homens e mulheres.