Todo mundo sabe que a gente precisa comer direito, fazer opções saudáveis, dormir bem, se exercitar, ler, meditar. O difícil é inserir este tipo de atitude na nossa rotina diária, ou seja, fazer das boas escolhas um hábito, deixar de lado as velhas opções fáceis e acomodadas e partir para a ação.
Alguns especialistas apontam a persistência como um dos principais motores para a mudança efetiva. É treino: resistir aos primeiros dias ou semanas da mudança para garantir que a nova atitude seja processada e compreendida pelo cérebro, até que ele entenda que você já não age como agia antes.
Na nossa rotina atual, em que tudo é imediato e rápido, fica mais difícil persistir em uma mudança duradoura. No entanto, é isso que pode garantir o sucesso da sua empreitada. Um estudo da College University of London, publicado no European Journal of Social Psychology, diz que são necessários 66 dias para que uma nova atitude se torne automática em nossa rotina.
Isso quer dizer que sua força de vontade precisa durar pelo menos dois meses e uma semana. Depois disso, pode contar com uma ajuda do cérebro que estará readaptado ao novo formato.
Além da disciplina é preciso coerência. Escolha uma mudança condizente com você e sua personalidade. Não adianta querer virar triatleta da noite para o dia. Comece tentando fazer caminhadas diárias e aos poucos vá evoluindo nas metas, sempre quando já estiver adaptado ao passo anterior.
O médico Ícaro Alcântara, autor do livro “11 hábitos em 11 semanas”, propõe a adoção de um hábito saudável a cada sete dias, ao longo de onze semanas, sejam eles relativos a alimentação, exercício ou até respiração. Segundo ele, um dos primeiros passos a dar diante de uma nova rotina é planejar-se. Defina com exatidão o que você pretende mudar e como deseja fazer isso. A partir daí, fica mais fácil adaptar a vida aos novos propósitos.
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Para se planejar, segundo o médico, faça uma tabela com seus horários. Marque em vermelho os compromissos fixos e inadiáveis, em amarelo, os que têm horários mais flexíveis e, em verde, os que você gostaria de fazer, mas não têm horários definidos. Isso ajuda a visualizar melhor sua rotina e entender quais espaços podem ou não ser ocupados.
Organize-se para que a nova atitude caiba na sua rotina sem um esforço descomunal ou sem mudanças bruscas nos seus horários. Comece devagar. Se for uma atividade física, por exemplo, inicie com dois dias por semana e depois, quando acostumar, aumente a frequência. Se você acorda às 9h e quer começar a sair da cama às 6h, comece a antecipar o relógio em meia hora e vá aumentando gradativamente a cada adaptação.
Não se culpe em excesso. Começou a yoga e precisou faltar em uma aula? Foque seus esforços em estar presente na próxima e retomar o ritmo. Não ache que tudo está perdido ou que você fraquejou, é preciso ser compreensivo consigo mesmo, todo mundo enfrenta obstáculos.
Se você precisa de ajuda para lembrar de alguma tarefa nova na rotina, utilize o auxílio dos alarmes no celular. Programe alertas para se lembrar de comer de 3 em 3 horas, beber água, dar uma volta pelo escritório a cada uma hora sentada. Além dos alertas programados, também é possível baixar aplicativos que te ajudam com essa parte da memória.
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Falando em aplicativos, se um dos seus objetivos é largar o sedentarismo, comece a usar um contador de passos no celular. De acordo com a medicina do esporte, uma pessoa ativa soma em média entre 8 e 10 mil passos por dia, o que equivale a mais ou menos 7 a 8 km percorridos. Use o app para saber em que parâmetro você está e o quanto precisa melhorar. Mudanças simples na rotina como usar menos o carro ou optar pelas escadas já podem fazer diferença no cálculo final.
Por último, espalhe bilhetes pela casa com mensagens positivas e de incentivo. Assim quando você pensar em fraquejar pode dar de cara com um recado do seu “eu da semana passada” lembrando como foi boa a sensação de dever cumprido após o prato de salada devorado antes do almoço.