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Por que não nos preocupamos com a comida como os chefs?

Grandes chefs brasileiros e internacionais demonstram uma verdadeira preocupação com os ingredientes de seus pratos. E se a gente usasse isso no dia a dia?

Por Stefanie Silveira (colunista)
Atualizado em 21 jan 2020, 15h12 - Publicado em 28 jan 2016, 13h06
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  • Eu não me canso de repetir: comer é um ato político. Cada escolha que você faz sobre o que vai colocar no seu prato impacta a sua saúde, o meio ambiente, os trabalhadores envolvidos no sistema de produção e o manejo de resíduos desses produtos. 

    No dia a dia, não costumamos levar tudo isso em conta na hora de preparar a comida ou escolher os ingredientes que vamos usar no prato. Pegamos o mais barato e mais fácil disponível na prateleira. Barato e fácil não é um problema, desde que você saiba o que está comprando eles podem ser excelente opções. 

    Grandes chefs brasileiros e internacionais demonstram a preocupação com os ingredientes que vão usar a partir do envolvimento profundo e direto na escolha dos fornecedores e também na agricultura em si. 

    Ao longo do tempo, a indústria alimentícia fez com que optássemos pelo mais fácil, pronto e disponível no mercado. Isso fez com que muitos produtos caíssem no esquecimento, deixando de ser produzidos porque tinham uma lucratividade menor ou eram mais suscetíveis a pragas. 

    Um exemplo disso são as sementes. O trigo, o arroz e o milho que conhecemos hoje é muito diferente daquele que era consumido por nossos avós. Não é à toa que a alergia a determinadas proteínas, como o glúten, se disseminam tanto. As sementes são tão modificadas geneticamente que estão distantes daquelas que cresciam nos campos nos primórdios da agricultura familiar. 

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    Deixamos de lado o sabor e a qualidade dos ingredientes para focar em produtividade e lucro. Na série The Mind of a Chef, o chef Sean Brock demonstra sua preocupação com a manutenção de sementes raras do Sul dos Estados Unidos. Ele usa como exemplo o arroz dourado.

    Se a gente se desse conta do trabalho que está envolvido em plantar, cultivar e colher o arroz, a valorização de cada grão no nosso prato seria infinitamente maior.

    No Brasil, o chef Alberto Landgraf, ex-Epice, foca seu trabalho no uso de legumes e vegetais, valorizando-os. No uso de carnes, ele foca nos cortes não convencionais e menos privilegiados. O mesmo é aplicado por chefs como Dan Barber, do Blue Hill de NY, e Magnus Nilsson, do Fäviken, da Suécia.

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    “As melhores cozinhas não vêm da abundância, mas da privação. Por que se tornar uma cultura de excelente culinária quando se tem abundância para fazer inúmeros steaks e comer quantidades imensas de carne?”, diz Barber. 

    Landgraf esclarece ainda que até pouco tempo a maioria dos cozinheiros que privilegiavam legumes e vegetais o faziam por ideologia, mas hoje, grandes chefs tem feito essa opção, num movimento iniciado por Michel Bras, na França. Bras foi pioneiro na valorização dos vegetais produzidos localmente e também da redescoberta de plantas herbáceas esquecidas. 

    [youtube https://www.youtube.com/watch?v=PRJyEYgXDj8%5D

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    Também no Brasil, Alex Atala por meio do seu Instituto Atá chama a atenção, por exemplo, para os méis de abelhas nativas do país que são extremamente saborosos e de produção dificultada por normas do Ministério da Agricultura.

    Como se vê, não se trata de usar ingredientes caros, raros ou superestimados, mas de valorizar a produção local, orgânica e a sazonalidade. Respeitar o tempo da terra e a época dos produtos é fundamental para garantir sabor, qualidade e bom preço.

    Para quem quiser saber mais sobre o assunto e conhecer esses chefs vale a pena ficar ligado em dois seriados disponíveis no Netflix: Chef’s Table e The Mind of a Chef.

    [youtube https://www.youtube.com/watch?v=qKqj85oo2wI%5D

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