O comportamento dos pais em relação ao uso da internet pelos filhos pode influenciar a maneira que a criança usa a rede, e também afetar o seu desenvolvimento. É o que afirma uma pesquisa realizada pela Associação Civil Chicos.net, organização sem fins lucrativos que trabalha para melhorar a qualidade de vida dos jovens da América Latina, com o apoio da Disney no Brasil, Argentina e México. Entre as 1200 pessoas entrevistadas, foram identificados quatro perfis dominantes entre os responsáveis, cada um deles com características particulares.
Que tipo de pai você é?
O primeiro grupo é formado por aqueles que controlam os filhos de maneira amistosa a fim de não gerar atritos – esses são chamados de “guarda-costas”. A causa desse comportamento é a dificuldade em dizer “não”. Contudo, os especialistas alertam para o perigo da falta de negação: os filhos podem não desenvolver essa capacidade e tornarem-se vulneráveis aos pedidos de estranhos, tanto online quanto offline.
Já o grupo de “controladores” é composto por pais que têm medo e transformam o temor em superproteção. Assim, acreditam que a vigilância completa dos filhos é o melhor caminho. Semelhante a ele, está o perfil de “pai espião”. Os que se encaixam neste círculo defendem medidas autoritárias e restritivas baseadas no discurso “faço pelo bem”. Entretanto, segundo a organização Red Papaz, que atua no desenvolvimento de jovens e crianças e é sediada na Colômbia, tais métodos estão associados à criação de filhos medrosos e ansiosos, que entendem a imposição e a agressão como formas de conseguir o que desejam, além de prejudicar a autoestima dos pequenos.
Contrastando com esses perfis, estão os pais “semeadores”. Essa relação é baseada em um laço de confiança e, quando é necessário limitar o uso de dispositivos com acesso a páginas online, isso é feito de forma amiga e sem ameaças. Esse é o tipo de relacionamento que se mostrou mais vantajoso, pois, ainda segundo a pesquisa, a partir dessa troca sincera, as crianças tendem a conversar com os pais sobre o que as incomodam ou preocupam, aumentando chances de preservação – em qualquer que seja o ambiente.
Como cuidar das crianças na internet
“A internet é o mundo e nossos filhos precisam saber quais comportamentos são seguros e quais não são ao usar a rede”, explica Mariano Sumrell, diretor de Marketing da AVG, empresa de soluções em segurança online. Para ajudar no monitoramento das crianças, alguns itens devem ser levados em consideração:
Em casa
1. Pesquise sobre o produto eletrônico antes de presentear seu filho
É importante dominar o dispositivo (celular, tablet ou computador) para que possa orientar corretamente seu filho sobre o uso. Inclusive, é ainda melhor compreendê-lo mais do que a criança.
2. Configure o perfil de “controle dos pais” antes de entregá-lo
Atualmente, a maior parte dos eletrônicos vem com ajustes de controle parental. Essa ferramenta serve tanto para bloquear sites incompatíveis com a idade da criança, quanto para monitorar os passos dos pequenos nas redes.
3. Demonstre interesse pelas atividades da criança
Conversar com seu filho sobre o que ele anda fazendo no ambiente digital é a melhor maneira de estreitar os laços e desenvolver uma relação de confiança mútua. A partir daí, ele ficará menos suscetível a perigos – já que mantém um diálogo aberto e franco com os pais.
Na escola
5. Comportamento dos professores
Se a escola do seu filho permite o uso de dispositivos digitais, questione sobre o comportamento dos professores em relação a isso. Os educadores devem orientar as crianças e ter o mesmo ou maior domínio da tecnologia em relação a elas.
6. Problemas reais e virtuais
É importante que os professores consigam reconhecer os sinais de problemas reais que são reproduzidos na internet, assim como o bullying. A partir disso, devem ter o apoio da diretoria para garantir a segurança e bem-estar dos pequenos.